quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Nosso Balanço VII

Exposição "Reminiscências do Ciclismo"

Conforme anunciado, foi inaugurada na manhã do dia 25 de Outubro do ano transacto, com a presença de José Vinagre, Vereador do Desporto do Município de Alcobaça e do “Homem do Dia”, Marco Chagas. Estiveram ainda presentes outros convidados, entre os quais Maria João Silva e Fernando Silva, sobrinha e irmão de Ribeiro da Silva.


O coordenador, Timóteo de Matos, em breves palavras explicou as razões desta exposição, sua designação e localização: “Reminiscências do Ciclismo” foi a designação escolhida para abarcar os diversos temas ali focados. A Sala das Conclusões do Mosteiro de Alcobaça foi escolhida por sugestão do anterior Director do Mosteiro de Alcobaça, Dr. Rui Rasquilho, que, além dessa, deu à organização, muitas outras sugestões preciosas. Fundamentais foram ainda a direcção e conselhos de Mário Lino, responsável do Museu do Ciclismo, que cedeu gratuitamente considerável parte dos materiais expostos e dos próprios expositores.


Usaram ainda da palavra Marco Chagas e José Vinagre, demonstrando ambos o seu apreço pela iniciativa, após o que foi declarada aberta a exposição, iniciando-se então a visita, durante a qual o responsável da organização referiu e detalhou cada um dos temas expostos:

- A abrir, uma mostra de livros dedicados ao ciclismo que, simultaneamente, constituía a Feira do Livro, onde estavam expostos, e à venda, os principais títulos disponíveis nos livreiros, e ainda outros já esgotados, exibindo-se, ainda, edições de autor hoje fora do mercado e muito difíceis de encontrar;


- Carlos Carvalho, com exposição de fotografias e a bicicleta com que, há 50 anos, ganhou o Porto-Lisboa;


- Nicolau e Trindade, com dois cartazes de grande dimensão, relembrando a sua amizade e o fair-play no desporto;

- Alves Barbosa e Ribeiro da Silva, rivais e amigos, com exibição de fotografias e jornais, evocando as suas proezas em Portugal, Espanha e França;

- O Porto-Lisboa, com três secções distintas: a primeira, documentando fotograficamente o primeiro Porto-Lisboa; a segunda, relembrando a interrupção em Alcobaça em 1982, com exibição de fotografias e jornais da época; a terceira, sobre as diversas edições da prova, utilizando, como materiais preferenciais, jornais e, sobretudo, camisolas e bicicletas que vencedores e outros ciclistas usaram na prova.


- Finalmente, a ultima secção relembrava, com muitas fotografias e jornais, a festa “Portugal -50 Anos de Ciclismo” de 2006, encontrando-se ainda expostos o prato, a medalha e o filme desse evento.

A exposição constituiu um êxito assinalável e no espaço de uma semana contou com mais de mil visitantes.
A organização agradece:
- A cedência de materiais, à Fundação A Lord, ao Filipe Carvalho, ao Núcleo Sportinguista e à Casa do Benfica do Cartaxo, e, ainda, a todos os ciclistas que cederam bicicletas e camisolas e, particularmente, ao Museu do Ciclismo cujos materiais constituíram parte significativa da exposição;
- A colaboração na obtenção de materiais à Maria João Silva e, na montagem ao Mário Lino e ainda aos dois elementos da comissão, responsáveis pela exposição, o João Evangelista, que correu a todo o lado, e o José Carlos que, com a colaboração da esposa e da filha, tornaram possível, não só pôr a exposição de pé, como ainda torná-la melhor em muitos pequenos pormenores;
- Aos funcionários do Município de Alcobaça que, de uma sala aparentemente inutilizável, fizeram uma sala deslumbrante .
- E, finalmente, à Directora do Mosteiro, Drª Cecília Gil, ao IGESPAR e muito especialmente à Câmara Municipal de Alcobaça e ao Vereador do Desporto, José Vinagre, inexcedível em todo o apoio que lhe foi solicitado.
Fica ainda uma fotografia que dá ideia da grandiosidade e beleza daquela que foi a exposição “Reminiscências do Ciclismo”.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Nosso Balanço VI

O HOMEM DO DIA

Com uma assistência reduzida (cerca de 30 pessoas) mas muito interessada, foi no domingo de 26 de Outubro passado, exibido o filme o”O Homem do Dia”, mais uma iniciativa integrada na “II Semana do Ciclismo em Alcobaça”, que teve lugar no Auditório da Biblioteca, muito gentilmente cedido, para o efeito, pelo Município de Alcobaça a quem agradecemos.
Trata-se de um filme realizado nos finais dos anos cinquenta, com muitos dos defeitos e virtudes de boa parte dos congéneres dessa época, sendo apenas de lamentar que as cópias existentes se encontrem em mau estado.
Apesar de tudo é um filme que vale a pena ser visto e que gira à volta do ciclismo, apresentando muitas cenas reais de provas da época, onde podemos recordar, para além de Alves Barbosa, o protagonista, alguns outros grandes ciclistas da época, como João Marcelino, Pedro Polainas, José Firmino e Manuel Graça. Ribeiro da Silva é, também, outro dos grandes ciclistas da época, recordado neste filme.
Outros actores bem conhecidos fazem parte do elenco: Maria Dulce (vinda propositadamente de Madrid para as filmagens) que contracena com o “galã”, Alves Barbosa e, ainda, entre outros, Elita Martos, Armando Cortez, Costinha, Camilo de Oliveira, Mário Pereira, Alina Vaz e Alice Maria.
O filme começa com um Porto-Lisboa (perfeitamente adequado ao tema da nossa festa) e termina com uma chegada ao Porto, num longo sprint entre Pedro Polainas e Alves Barbosa.
Foram momentos bem passados por todos os que, numa noite de muito frio quiseram estar presentes, sendo bem visível a emoção de um deles, Fernando Vieira, no momento em que foi exibida a entrada no Estádio de Alvalade e disputada ao sprint uma chegada de um Porto-Lisboa da época, prova que também ele viria a ganhar em 1975. A quem não viu, aconselha-se que veja este filme que nos enche a alma e nos deixa com alguma nostalgia dos tempos em que o ciclismo tinha tal força que conseguia ser o tema central de um filme com um elenco de luxo na época. Nem mesmo o futebol jamais conseguiu, em Portugal, tal feito.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

OS TEXTOS DOS NOSSOS CONVIDADOS

O texto que hoje publicamos foi-nos enviado pelo Presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa do Ciclismo, Eng. Macário Correia.
Para além de muitas outras actividades a que se dedica, sempre com rigor, é o Eng. Macário Correia uma pessoa com mais méritos no ciclismo do que muitos ciclistas profissionais.
Agradecemos a simpatia das palavras que nos enviou sobre a Festa "PORTUGAL – 50 ANOS DE CICLISMO", e ainda, muito especialmente, a sua habitual disponibilidade para estar connosco, e dirigir superiormente os debates que organizamos.
Daqui lhe enviamos um grande abraço e os desejos de que a próxima época do "seu" Tavira volte a ter os melhores êxitos desportivos.
O ciclismo heróico

 Durante quase 100 anos, entre as duas principais cidades do país, fez-se muito pela história do ciclismo português.
O sacrifício, a dor e a capacidade de resistência daqueles heróis marcam-nos de modo impressionante.
Nas últimas edições, já as regras de preparação, de alimentação e de apoio eram razoáveis, mas nos primeiros tempos, correr de noite, às apalpadelas, por estradas enlameadas, sem pavimentos, com bicicletas arcaicas, era obra de uma admirável capacidade.
Nos tempos modernos, já não se enquadra nos regulamentos internacionais uma prova desta natureza. É compreensível e aceitável.
Todavia, com a ligação feita em duas etapas, se surgir quem a queira organizar, em calendário adequado, será certamente de bom grado recebida. Mas, nos tempos que correm, não será fácil.
A cidade de Alcobaça, o seu clube de ciclismo e o seu dinâmico Presidente, Dr. Timóteo de Matos, estão de parabéns, por terem conseguido deslocar ao evento comemorativo tão ilustres participantes.
Campeões de várias gerações mataram saudades, lembraram episódios alegres e momentos de sacrifício feitos, por alguns deles várias vezes, desde a Praça da Batalha até à Avenida da Liberdade.
Saber reunir com boa disposição, com dignidade e com a devida homenagem prestada às nossas referências históricas, a todos orgulha.
O ciclismo é, com estes exemplos, seguramente uma das mais bonitas e populares modalidades desportivas.
Todos sentimos prazer e orgulho em também fazermos parte desta família.